Dia 31

    Olhei-me no espelho logo pela manhã. Uma manhã qualquer, como alguém que nada quer. Talvez eu até quisesse algo mas, sabe quando você nem sabe o que é? Então foi bem assim. Olhei, olhei outra vez  e olhei novamente só que agora bem no fundo dos meus olhos e pensei: ' O que realmente me faz feliz?' 
    A resposta foi clara: ' Nada.' Mas, não porque eu não tenha motivos pra sorrir lógico que tenho. É que não tenho algo ou alguém que me faz feliz porque todos que me cercam sabem como me deixar sempre assim.
   Lembranças da minha infância retrocedem em minha mente e no meu ser completando-me em coisas que eu sei como são importantes. Os sabádos brincando na rua até tarde, as conversas no portão porque meu pai não me deixava sair sem terminar o dever de casa, os puxões de orelha, as cartas pra fada madrinha quando no fim das contas eu nem escrevia e só desenhava, os acampamentos no jardim da vizinha.. ah! Eram bons momentos. Colocávamos colchões em nossa barraca improvisada e ficavamos lá morrendo de medo do 'bicho papão', contando histórias de terror e olhando o céu, adormeciamos. Agradeço por todos os arranhões e beliscões, as bagunças que aprontavamos na volta pra casa. Agradeço também por algumas cicatrizes que tenho até hoje em minhas pernas, porque foram com elas que aprendi a ser melhor sem alterar minha essência. E mesmo com os vários amigos que tenho atualmente não me esqueço das nossas caras viradas, não me esqueço dos nossos segredos trocados, não me esqueço das nossas 'dancinhas malucas' eu sei que você também se lembra. Das músicas que marcaram nossa infância. E das nossas bandas favoritas. Os filmes de terror que viram sempre boas comédias em nossas mãos.  
   Agora, cada um segue seu respectivo caminho escolhido pra vida sem abandonar essas lembranças que no fundo a gente sente lá dentro que serão lembranças do mais simples presente que nos forá destinado com um único rementente que tem por sobrenome: Felicidade.

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