Dia 27

Topa começar uma história comigo? Um livro totalmente em branco, com páginas livres das linhas tortas da vida. E não precisamos de muito, aliás não precisamos de nada, já estamos aqui juntos, isso basta! Não precisa correr, vem faz uma pose, vamos tirar aquela foto. Ou melhor vamos fazer careta, assim evitamos rulgas. É tão feliz é tão bom ser feliz. E o que é ser politicamente correto pra você? Não, precisamos mais dessa coisa toda. Vamos fazer do acaso o nosso caso. Podemos sorrir juntos uma noite inteira. Falar besteiras e coisas que só nós entendemos. Olhar bem fixo no olhar do outro. Nos dar as mãos e sonhar. Sonhar um o sonho do outro. De certa forma, a gente sente, a gente sabe, a gente escreve. Escrevemos a manhã, o dia, a agônia de estar ali e não estar. Escrevemos até sobre a maresia, sobre a libelula e a bela e a fera. Falamos sobre nossas mãos, eu gosto de olhar pra você e sorrir. Já falamos como nossos mundos são diferentes e quem realmente se importa com a gente. Por que a gente precisa aprender a se gostar primeiro, a estar no lugar certo. Horas erradas sempre irão existir, são elas que nos fazem fortes. Vamos escrever sobre a alvorada hoje? Vamos correr em direção ao nada. Eu seguro você, prometo não o deixarei cair. Não mais. Fizemos tantas bagunças e todos esses acasos se tornaram mais que propicios a nós. Por que eu sei exatamente quem é você e você só você me conhece. E quer saber por que? Porque nessa nossa convivência a toa e boba acabamos fazendo o nosso encontro de almas. Almas gêmeas? Não sei, sabe acho que não acredito bem nisso, mas não sei definir o que é. Vem colorir esse livro comigo?! Só você entende essa confusão que costumo fazer com as cores. Eu sei sua cor predileta, sei seu desejo mais secreto. Sei sim. Você é a minha única excessão. E seu abraço me acalma. É como se seus olhos me mostrassem a luz do dia e a calma da noite. Podemos não ser nada agora, mas podemos ser  tudo um pro outro e nesse instante provar que um minuto de risos incontroláveis faz bem. E como faz!