Dia 323

Tempo de pipa

Roda tempo, desalinhavando cada linha regular de memória.
Ser o novo, o que não se é, mas ser.

Roda mundo, conheça a ti mesmo,
como ainda sozinho não o fez.

Corre moleque, sobe pipa, brinca no vento
machuca joelho, mãos e sorri.

Era uma vez que não era, uma conversa de tempo
Uma vida de verdade que se misturava com o vento.

 Desregulando, desconectando o longe e juntando o perto.
Não tem nada meu aqui, sou de outro mundo.

Alguns pensamentos nos mantêm de pé, alguns momentos menos mortos. 
Sendo eles toda vez;
O vento no entanto nunca é o mesmo.

  Vento vem, vento vai. 
Tempo que desalinhava agora fez homem 
  Aquele moleque sorridente que ainda ontem não se preocupava.

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