Tempo de pipa
Roda tempo, desalinhavando cada linha regular de memória.
Ser o novo, o que não se é, mas ser.
Roda mundo, conheça a ti mesmo,
como ainda sozinho não o fez.
Corre moleque, sobe pipa, brinca no vento
machuca joelho, mãos e sorri.
Era uma vez que não era, uma conversa de tempo
Uma vida de verdade que se misturava com o vento.
Desregulando, desconectando o longe e juntando o perto.
Não tem nada meu aqui, sou de outro mundo.
Alguns pensamentos nos mantêm de pé, alguns momentos menos mortos.
Sendo eles toda vez;
O vento no entanto nunca é o mesmo.
Vento vem, vento vai.
Tempo que desalinhava agora fez homem
Aquele moleque sorridente que ainda ontem não se preocupava.